Mind me.

O que é a Medicina do Estilo de Vida?

Todos os dias somos inundados por informação, mais ou menos fiável, de como viver uma vida mais saudável, durante muitos anos e com melhor qualidade. Várias destas medidas propostas envolvem promessas miraculosas de bem-estar instantâneo através de uma miríade de suplementos, subscrições de apps ou serviços, ou intervenções baseadas em “tratamentos” alternativos que, para além de implicarem gasto de dinheiro, têm pouca evidência científica.

Actualmente, uma grande percentagem de doenças crónicas está associada a factores de estilo de vida e é, por isso, prevenível e,por vezes, potencialmente reversível. No entanto, grande parte das intervenções médicas ocorre quando a doença já está instalada, a chamada medicina curativa. (1)

Por isso…

O que é Medicina do Estilo de Vida?

A Medicina do Estilo de Vida (MEV) é uma disciplina médica baseada em evidência científica que tem como objectivo apoiar os doentes na prevenção, gestão e até reversão de doenças crónicas (como doença cardiovascular, diabetes tipo 2, obesidade), através da implementação de hábitos de vida saudáveis, como primeira modalidade de intervenção. 

As intervenções da MEV baseiam-se na identificação de factores de risco e comportamentos prejudiciais, e na capacitação dos doentes para mudanças comportamentais sustentáveis ao longo do tempo. É importante que esta abordagem não caia na armadilha de culpabilizar o doente por estilos de vida que foram/são influenciados por circunstâncias fora do seu controlo. Aqui, o indivíduo e o profissional de saúde trabalham ambos de forma activa no tratamento, com o profissional de saúde a educar, guiar e facilitar as mudanças necessárias para uma vida mais saudável. 

A MEV foca-se em ajudar os doentes, de qualquer faixa etária, a:

  • Alimentarem-se de forma mais saudável
  • Dormirem melhor
  • Serem mais activos fisicamente
  • Melhorarem as conexões sociais e a saúde mental
  • Reduzirem a exposição a substâncias aditivas/nocivas

Esta abordagem deve também estar presente mesmo quando há necessidade de tratamento farmacológico, quer seja para optimizar ganhos, quer seja para a prevenção de recaída e melhoria geral do bem-estar. (2,3 e 4)

 

Em que domínios actua a Medicina do Estilo de Vida?

A MEV foca-se na intervenção em seis pilares fundamentais:

  1. Nutrição e alimentação
  2. Sono
  3. Actividade física
  4. Exposição a substâncias nocivas
  5. Gestão de stress
  6. Relações sociais

As principais causas de mortalidade e custos de saúde globais são doenças crónicas, que resultam destes factores ambientais e de estilo de vida, sendo, assim, preveníveis. Para tratar as causas destas doenças e para a prevenção das mesmas ter sucesso, é importante que haja um foco nestes aspectos estruturais do estilo de vida.

1 – Nutrição e alimentação

Uma dieta pobre é um factor chave associado a várias doenças crónicas. Estima-se que, globalmente, cerca de 11 milhões de mortes estejam associadas a hábitos de alimentação pouco saudáveis, ou seja, ⅕ de todas as mortes.(5) Em Portugal, em 2019, os hábitos alimentares foram indicados como quarto fator de risco que mais contribuiu para o total de mortes e para a perda de anos de vida saudável.(6)

A evidência científica demonstra que uma alimentação baseada em alimentos não processados, e predominantemente baseada em plantas é uma estratégia valiosa na prevenção e tratamento de doenças crónicas, e até na reversão de algumas destas patologias. 

Assim, a MEV promove a adopção de uma dieta:

  • rica em fibras e antioxidantes  
  • nutricionalmente densa
  • que privilegia o uso de vegetais, frutas, leguminosas, cereais integrais, sementes e gorduras não saturadas, como o azeite 
  • com reduzido consumo de alimentos animais e produtos processados, com gorduras saturadas e açúcares adicionados (7)

2 – Sono

Um sono de boa qualidade (duração, profundidade e continuidade adequada) é vital para a nossa saúde global e para o nosso bem-estar, sendo essencial para descansar e restaurar os nossos níveis de energia. 

A diminuição do tempo total de sono, ou o sono não-reparador, está associado a:

  • lentificação cognitiva, diminuição da atenção e da performance
  • diminuição da sociabilidade e alterações do humor 
  • menor gasto energético durante o dia, aumento do apetite e resistência à insulina
  • enfraquecimento do sistema imunitário(8)

Todas estas alterações têm consequências a longo prazo e estão associadas a doença crónica.

Enquanto adultos, devemos dormir entre 7 a 9h por dia, existindo obviamente alguma variação inter-individual (9), e podemos melhorar a nossa qualidade de sono através de implementação de medidas gerais como:

  • Levantar e deitar sempre à mesma hora
  • Exposição solar ao acordar (10 minutos num dia de sol, 30 minutos num dia nublado)
  • Evitar o consumo de cafeína, pelo menos 6h antes da hora de ir dormir
  • Não usar ecrãs nos 30-60 min antes de ir dormir
  • Reservar o quarto/cama apenas para ter relações sexuais e dormir
  • Garantir que o quarto não tem ruído externo nem luminosidade, e que tem uma temperatura agradável.

3 – Actividade física

Desde a década de 1950 que a nossa actividade física tem vindo a diminuir drasticamente, quer seja pela industrialização, uso de veículos motorizados, ou utilização de tecnologia como aparelhos móveis, computadores ou internet

A Organização Mundial de Saúde identificou o sedentarismo como o 4º factor de risco de mortalidade global, sendo um factor de risco significativo  e comprovado de doenças crónicas como doença cardio e cerebro-vascular, diabetes tipo 2 ou depressão. (10)

De acordo com as guidelines mais recentes, cada adulto deve praticar, semanalmente, 150 minutos de actividade física moderada a intensa e actividade de fortalecimento muscular, dois dias por semana. Este nível de actividade tem, comprovadamente, um efeito:

  • protector na mortalidade
  • promotor da saúde global, envelhecimento saudável e resiliência.

Na verdade, os benefícios do exercício são muitos e facilmente experienciáveis. (11) A curto prazo, uma única sessão de actividade moderada a intensa:

  • Melhora o sono
  • Reduz a ansiedade
  • Reduz a tensão arterial

A longo prazo, a prática de actividade física regular:

  • Diminui o risco de:
    • depressão e demência (incluindo Alzheimer)
    • doença cardíaca, acidente vascular cerebral e diabetes tipo 2
    • cancro da bexiga, mama, cólon, endométrio, esófago, rim, pulmão e estômago
    • ganho de peso
    • quedas
  • Melhora:
    • a saúde óssea
    • a mobilidade
    • o sistema imunitário

4 – Exposição a substâncias nocivas

As substâncias nocivas são todas aquelas que têm potencial para causar danos agudos ou crónicos para a saúde humana, sendo a abolição do seu uso essencial para uma vida saudável.

Os riscos associados ao uso de substâncias tóxicas, como o tabaco, álcool ou drogas recreativas é amplamente conhecido pela população geral, sendo fatores de risco comportamentais associados a muitas doenças físicas e mentais, e estando dentro das principais causas preveníveis de morte. 

Quando se deixa de fumar, os benefícios são imediatos e prolongados no tempo (12):

  • aos 20 minutos: a frequência cardíaca e a tensão arterial desce
  • poucos dias depois: o nível de monóxido de carbono volta ao normal
  • 2 a 3 semanas: a função pulmonar e a circulação melhoram
  • 1 a 12 meses: a tosse e falta de ar diminuem, as estruturas pulmonares voltam a ganhar função e o risco de infecção pulmonar diminui
  • 1 a 2 anos: o risco de enfarte agudo do miocárdio diminui
  • 5 a 10 anos:  o risco de cancro da boca, garganta e laringe diminui, bem como o risco de AVC
  • 10 anos: o risco de cancro do pulmão é reduzido em metade, e o risco de cancro da bexiga esófago e rim diminui
  • 15 anos: o risco de doença coronária assemelha-se ao de um não fumador

Também no que concerne ao consumo de álcool, estudos recentes mostram que não existe uma quantidade segura de álcool que se possa consumir.(13) O consumo de álcool está associado a um aumento de:

  • risco de acidentes e violência
  • ganho de peso
  • doença cardiovascular e alterações hepáticas
  • doença cerebro-vascular
  • sete tipos de cancro, incluindo os mais comuns, como o cancro do cólon e o cancro da mama

Aliás, o aumento do cancro da mama, e em idades mais jovens, parece estar, em parte, associado ao aumento do consumo de álcool por parte do sexo feminino. (14)

No entanto, ter este conhecimento não basta para deixar esses hábitos. Conseguir uma mudança comportamental positiva é difícil e desafiante, em especial quando falamos de substâncias aditivas. O tratamento normalmente demora tempo e envolve diferentes abordagens e várias tentativas. No entanto, essa jornada com acompanhamento médico especializado torna-se mais fácil e com maior probabilidade de sucesso.

5 – Gestão de stress

A sociedade actual caracteriza-se por um modo de vida acelerado, com múltiplas requisições e exigências, poucos períodos de lazer e em que o valor individual se identifica com a produção laboral e sinais exteriores de “sucesso”. Juntando a esses factores nocivos ao nosso cérebro, a ausência de descanso, períodos de contemplação e a capacidade de “desligar”, torna-se difícil a capacidade de distinguir as ameaças reais, das percepcionadas ou imaginadas. 

Sendo o stress uma resposta fisiológica normal à ameaça, que pode levar a uma melhor saúde e produtividade, quando vivemos permanentemente sob ameaça, o nosso cérebro activa a cascata de resposta ao stress, com a libertação continuada de cortisol

Múltiplos estudos têm evidenciado que o stress crónico tem um impacto nocivo na nossa saúde global, com: 

  • alterações no funcionamento do sistema imunitário
  • ganho de peso 
  • maior risco de doenças cardiovasculares 
  • maior risco de doença mental, como depressão e ansiedade
  • adopção de comportamentos disfuncionais para a saúde física e mental.(4)

O papel da MEV é ajudar o doente a reconhecer respostas negativas ao stress, identificar mecanismos de coping e técnicas de redução de stress para melhorar o seu bem-estar.

Existem várias intervenções que podem ajudar a gerir melhor as exigências do dia-a-dia, quer sejam estas externas ou auto impostas, como:

  • reduzir tempo de ecrã e limitar o uso de redes sociais, investindo em conexões sociais significativas
  • praticar mindfulness, meditação ou yoga 
  • passar mais tempo em contacto com a natureza
  • ter um diário de gratidão, de modo a valorizar de forma activa as coisas boas da vida de cada um e favorecer emoções positivas.(3)

6 – Relações sociais

As relações e conexões sociais positivas afectam a nossa saúde global.

Como seres humanos estamos “programados” para  estabelecermos relações uns com os outros: de um ponto de vista evolutivo, organizámo-nos em comunidade, não só para sobrevivermos mas também para prosperarmos. Somos seres sociais e as relações que criamos com a nossa família e comunidade dão-nos sentido de propósito e significado à vida. (15)

O maior estudo sobre felicidade, realizado pela Universidade de Harvard, e com duração de mais de 80 anos, revelou uma forte associação entre felicidade e relações próximas, sejam elas com cônjuges, família, amigos ou círculos sociais. (16)

Existe cada vez mais evidência da ligação entre a qualidade das nossas relações interpessoais e o risco associado de obesidade, doença cardíaca e cancro, bem como de depressão, e pessoas socialmente isoladas apresentam risco de morte a sete anos, 30% maior, quando comparado com pessoas com relações sociais boa qualidade.(4)

À medida que vamos envelhecendo, mas também com o uso crescente e absorvente das redes sociais, torna-se mais difícil conhecer pessoas e manter relações de qualidade. No entanto, existem várias acções e comportamentos que a MEV pode ajudar os doentes a implementar e manter, como por exemplo:

  • participar num projeto da comunidade local 
  • ser voluntário numa associação 
  • inscrever-se num grupo de exercício físico 
  • aprender uma nova actividade em grupo 
  • integrar uma turma com aulas

O que a Medicina do Estilo de Vida NÃO é:

A par do crescente interesse da população numa vida mais saudável e num melhor envelhecimento, têm surgido especialidades médicas e outras disciplinas não médicas, nem todas com evidência científica, que se dedicam à melhoria do estado geral de saúde. Por isso, importa explorar as diferenças entre estas e a MEV:

  • Medicina Funcional: enquanto a MEV enfatiza mudanças comportamentais para melhorar a saúde, a medicina funcional tem como foco a identificação e tratamento das causas subjacentes das doenças, explorando eventuais desequilíbrios bioquímicos e genéticos (17)
  • Medicina Anti-aging: focada em retardar o envelhecimento, muitas vezes envolve terapias hormonais e suplementação, enquanto que a MEV promove um envelhecimento saudável através de alterações de hábitos e comportamentos (18)
  • Medicina integrativa: a medicina integrativa combina abordagens convencionais com terapias alternativas, enquanto a MEV se centra nas escolhas diárias do paciente para prevenir doenças (19)
  • Homeopatia e naturopatia: estas abordagens enfatizam a utilização de substâncias naturais para promover a cura, ou outro tipo de intervenções não convencionais, de reduzida evidência científica (20, 21)
  • Outras medicinas alternativas: ao passo que a MEV se destaca numa uma abordagem baseada em evidência e centrada nas escolhas de estilo de vida do doente, muitas medicinas alternativas baseiam-se em terapias e filosofias específicas que podem não ter uma base científica sólida (22)
 

Em suma…

Numa altura em que estamos cada vez mais conscientes do impacto que as nossas escolhas têm na nossa saúde, a MEV oferece uma abordagem holística e baseada em evidência para a promoção de saúde e prevenção de doença. Ao incorporar os pilares do estilo de vida saudável e adaptar-se às necessidades individuais, esta abordagem capacita os indivíduos a serem participantes activos na sua própria saúde e bem-estar

Com a crescente compreensão do impacto positivo das intervenções de estilo de vida, impacto esse que é objectivável pelo indivíduo, a MEV é uma mudança de paradigma de como encaramos a saúde a longo prazo, colocando o foco na prevenção e no envelhecimento saudável.

Para saber mais sobre esta disciplina médica, pode consultar o site da Sociedade Portuguesa de Medicina de Estilo de Vida.

Referências bibliográficas:

  1. United Nations. LIFESTYLE DISEASES: An Economic Burden on the Health Services [Internet]. United Nations. 2021. Available from: https://www.un.org/en/chronicle/article/lifestyle-diseases-economic-burden-health-services
  2. Overview | American College of Lifestyle Medicine [Internet]. American College of Lifestyle Medicine. Available from: https://lifestylemedicine.org/overview/
  3. What is Lifestyle Medicine? – Find Out From British Society of Lifestyle Medicine [Internet]. British Society of Lifestyle Medicine. Available from: https://bslm.org.uk/lifestyle-medicine/what-is-lifestyle-medicine/
  4. Medicina do Estilo de Vida | Sociedade Portuguesa de Medicina do Estilo de Vida [Internet]. spmev.org.pt. [cited 2023 Sep 7]. Available from: https://spmev.org.pt/medicina_estilo_vida.php
  5. Vos T, Lim SS, Abbafati C, Abbas KM, Abbasi M, Abbasifard M, et al. Global Burden of 369 Diseases and Injuries in 204 Countries and territories, 1990–2019: a Systematic Analysis for the Global Burden of Disease Study 2019. The Lancet [Internet]. 2020 Oct 17;396(10258):1204–22. Available from: https://www.thelancet.com/journals/lancet/article/PIIS0140-6736(20)30925-9/fulltext
  6. Saudáveis D, Partir A, Sistemas D, Sustentáveis A. Alimento Planeta Saúde [Internet]. Available from: https://eatforum.org/content/uploads/2019/04/EAT-Lancet_Commission_Summary_Report_Portugese.pdf
  7. Diet Review: Mediterranean Diet [Internet]. The Nutrition Source. 2018. Available from: https://www.hsph.harvard.edu/nutritionsource/healthy-weight/diet-reviews/mediterranean-diet/#:~:text=Research%20supports%20the%20use%20of
  8. CDC – Basics About Sleep – Sleep and Sleep Disorders [Internet]. 2020. Available from: https://www.cdc.gov/sleep/about_sleep/index.html
  9. Watson NF, Badr MS, Belenky G, Bliwise DL, Buxton OM, Buysse D, et al. Recommended Amount of Sleep for a Healthy Adult: A Joint Consensus Statement of the American Academy of Sleep Medicine and Sleep Research Society. Journal of Clinical Sleep Medicine [Internet]. 2015 Jun 15;11(6). Available from: http://jcsm.aasm.org/ViewAbstract.aspx?pid=30048
  10. World Health Organization. Physical Activity [Internet]. World Health Organization. World Health Organization; 2022. Available from: https://www.who.int/news-room/fact-sheets/detail/physical-activity
  11. Centers for Disease Control and Prevention. How Much Physical Activity do Adults Need? [Internet]. Centers for Disease Control and Prevention. 2022. Available from: https://www.cdc.gov/physicalactivity/basics/adults/index.htm
  12. Health Benefits of Quitting Smoking Over Time [Internet]. www.cancer.org. Available from: https://www.cancer.org/cancer/risk-prevention/tobacco/benefits-of-quitting-smoking-over-time.html
  13. ‌World Health Organization. No level of alcohol consumption is safe for our health [Internet]. www.who.int. 2023. Available from: https://www.who.int/europe/news/item/04-01-2023-no-level-of-alcohol-consumption-is-safe-for-our-health
  14. Shield KD, Soerjomataram I, Rehm J. Alcohol Use and Breast Cancer: A Critical Review. Alcoholism: Clinical and Experimental Research. 2016 Apr 30;40(6):1166–81.
  15. Mineo L. Good genes are nice, but joy is better [Internet]. Harvard Gazette. Harvard Gazette; 2017. Available from: https://news.harvard.edu/gazette/story/2017/04/over-nearly-80-years-harvard-study-has-been-showing-how-to-live-a-healthy-and-happy-life/
  16. Solan M. The secret to happiness? Here’s some advice from the longest-running study on happiness [Internet]. Harvard Health Blog. 2017. Available from: https://www.health.harvard.edu/blog/the-secret-to-happiness-heres-some-advice-from-the-longest-running-study-on-happiness-2017100512543
  17. What is Functional Medicine? | IFM [Internet]. The Institute for Functional Medicine. Available from: https://www.ifm.org/functional-medicine/what-is-functional-medicine/#:~:text=Functional%20medicine%20is%20a%20systems
  18. Arora BP. Anti-aging medicine. Indian Journal of Plastic Surgery : Official Publication of the Association of Plastic Surgeons of India [Internet]. 2008 Oct 1;41(Suppl):S130–3. Available from: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC2825135/
  19. Rees L, Weil A. Integrated medicine. BMJ : British Medical Journal [Internet]. 2001 Jan 20;322(7279):119–20. Available from: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC1119398/#:~:text=Integrated%20medicine%20(or%20integrative%20medicine
  20. Homeopathy [Internet]. NCCIH. Available from: https://www.nccih.nih.gov/health/homeopathy#:~:text=What%20Is%20Homeopathy%3F
  21. Naturopathic Medicine: What You Need to Know [Internet]. WebMD. Available from: https://www.webmd.com/balance/what-is-naturopathic-medicine#:~:text=Naturopathic%20medicine%20is%20a%20system
  22. Johns Hopkins Medicine. Types of Complementary and Alternative Medicine [Internet]. Johns Hopkins Medicine Health Library. 2019. Available from: https://www.hopkinsmedicine.org/health/wellness-and-prevention/types-of-complementary-and-alternative-medicine